segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Lembranças ( O sapateiro )

O pé de ferro.
Fivela, sovela.
Martelo, linha, alicate, agulha.
Em um beco de rua
Tivera sua oficina.
Do conceito de sapatos.
Conhecia bem os traços.
Botas chinelos, sandálias eu faço.
Concerto se for preciso.
Refaço com o mesmo traço.

Construiu a sua vida.com a pequena sapataria
Construiu sapatos, bolsa, capas, e montarias.
Em busca da perfeição
Fizera até suas facas
Lâminas de corte afiado.

Não tocava instrumentos
Mas com toda a dedicação
Afinado com a profissão.

Aprendera quando moço
Em sua cidade natal.

Sério e inteligente.
Calado, calmo como a brisa do mar.
Ensinara o oficio com paciência, e temperança.
A mim o filho mais velho.
Hoje guardo na lembrança.
Tudo que me ensinou.
Ontem ainda fui criança
E já mais esquecerei
Agora fica a saudade.
Do bom, e velho sapateiro.
Meu Pai.


Autor: Jojoca Estevão

Crônica

Bate na madeira pra isolar dizem as pessoas mais antigas
Isso que todo mundo chama de...
... É bom nem falar o nome para não atrair coisa ruim.
Nos dias de hoje tudo é possível.
-sabe vou até fazer uma fezinha, vou ao boteco da esquina
Tive um palpite esta noite, sonhei que era um pescador.
Sai pro alto mar num barco bem pequeno remava, remava, parecia não sair mais do lugar, mas o mar estava revolto e, eu não conseguia pescar o barco balançava muito, isso me assustou me fez acordar repentinamente.
Levantei-me, fui até a cozinha tomei um copo d’água, e tornei a deitar.
Logo que amanheceu foi que eu me recordei.
-há! Comi uma feijoada então tive um palpite vou jogar no porco, tirei quinze centavos e fui tentar uma fezinha posso até não ganha, mas, sabe lá se estou com sorte.

Artigo

Espelhos


Autor: Jojoca Estevão

No espelho
Meu reflexo
Seu reflexo
Abstrato, cúbico, quadrado
Perfeito.

No espelho.
O lado obscuro.
Retrato do passado.
Presente, futuro de cada um de nós

Claro, imperfeito
Reflexo poético

Pelo outro lado.
A mutação.
Aparente transparência.
De ser hoje o que fomos ontem.
O espaço do aço
O reflexo da solidão.

Livraria Memorial

Livraria Memorial
ladeira do porto de São Mateus ES

Sala de aula

Sala de aula
Domingos Martins ES

Carta ao Vento



Autor: Jojoca Estevão



Ventos do norte, sul, leste, oeste, minuano que às vezes encontro dentro do coração.
Vento frio, que a madrugada traz arrepios ao corpo inteiro.
Vento forte.
Vento norte
Traga-me de volta a brisa de uma linda manhã de sol do sul do seu coração
Vento frio como uma geleira me de mais emoção, do seu olhar sobre a vida
Ouça...
Vento da beira mar beira mor
Vento que chega lento vento da madrugada
Vento que chega em desalinho
Que descarrila as nuvens brancas no céu
Vento que me desperta.
Sopra ao meu ouvido em festa.
Vento forte.
Vento.
Levanta a poeira da estrada
Sacode e não deixa nada de pé
Levanta a barra da saia da morena que passa pelo calçadão da praia.
Vento me leva vento.
Vento de onde vem, pra onde vai?
Vento cadê?
Cadê?
Vento! Fuu!
Passou.